Por entre colinas ao vento
Surge uma cidade esquecida
Perante o nosso tormento
Na hora da despedida
De canudo na mão e saudade no peito
Chego ao fim da encruzilhada
As lágrimas neste quadro imperfeito
Recordam a lembrança apagada.
E sob a tua noite já tão longa
Entreguei a alguém este meu coração
Entre palavras, caricias e melhodias
Alimentando esta nova paixão.
Com o Tejo embalo o meu ser
E a minha vida no teu vagar
Em ti resido e me entrego
Santarém, cidade de sonhos e de luar.
Para os palcos tu me levaste
E em teu nome, tanto cantei
De boémia a estudante modesta
De criança à mulher que me tornei
De capa rasgada e copo na mão
A ti eu brindarei
Ó cidade do meu coração
Entre muralhas sempre te amarei
Adeus eu não te direi
Mesmo que em mim resida a saudade
E por ti jamais chorarei
Causadora da minha liberdade
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