Por entre colinas ao vento
Surge uma cidade esquecida
Perante o nosso tormento
Na hora da despedida
De canudo na mão e saudade no peito
Chego ao fim da encruzilhada
As lágrimas neste quadro imperfeito
Recordam a lembrança apagada.
E sob a tua noite já tão longa
Entreguei a alguém este meu coração
Entre palavras, caricias e melhodias
Alimentando esta nova paixão.
Com o Tejo embalo o meu ser
E a minha vida no teu vagar
Em ti resido e me entrego
Santarém, cidade de sonhos e de luar.
Para os palcos tu me levaste
E em teu nome, tanto cantei
De boémia a estudante modesta
De criança à mulher que me tornei
De capa rasgada e copo na mão
A ti eu brindarei
Ó cidade do meu coração
Entre muralhas sempre te amarei
Adeus eu não te direi
Mesmo que em mim resida a saudade
E por ti jamais chorarei
Causadora da minha liberdade
skip to main |
skip to sidebar
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que nao tem perdao
Porque os outros têm medo mas tu nao.
Porque os outros sao os tu'mulos caiados
Onde germina calada a podridao.
Porque os outros se calam mas tu nao.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dao sempre dividendo.
Porque os outros sao ha'beis mas tu nao.
Porque os outros vao 'a sombra dos abrigos
E tu vais de maos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu nao.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Pages
quinta-feira, 27 de maio de 2010
sábado, 1 de maio de 2010
Porque...
Porque os outros se mascaram mas tu nao
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que nao tem perdao
Porque os outros têm medo mas tu nao.
Porque os outros sao os tu'mulos caiados
Onde germina calada a podridao.
Porque os outros se calam mas tu nao.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dao sempre dividendo.
Porque os outros sao ha'beis mas tu nao.
Porque os outros vao 'a sombra dos abrigos
E tu vais de maos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu nao.
Sophia de Mello Breyner Andresen